Você já parou para pensar em como as faltas e atrasos dos seus colaboradores refletem na produtividade da empresa? Embora seja um elemento comum para qualquer organização, o absenteísmo pode trazer diversos prejuízos, por isso, precisa ser acompanhado de perto pela área de Recursos Humanos.
Neste post, vamos explicar melhor o que é esse índice, como calculá-lo, além dos principais exemplos de absenteísmo e quais ações a organização pode adotar para preveni-lo. Confira!

O que é absenteísmo?
O absenteísmo ou ausentismo é o indicador de RH que mensura a falta de pontualidade e assiduidade no trabalho, ou seja, está relacionado às faltas e atrasos do colaborador. Esse indicador é importante para entender problemas estruturais da organização, que resultam em baixa motivação e engajamento da equipe.
Idalberto Chiavenato, autor renomado nas áreas de administração e RH, define o absenteísmo como a soma dos períodos em que os colaboradores se ausentam de suas atividades, independentemente do motivo. É válido frisar, contudo, que as férias não entram no cálculo, já que são um direito trabalhista.
No entanto, alcançar uma taxa zero de absenteísmo é praticamente impossível. Além disso, quando esse indicador está muito elevado, a empresa pode sofrer com prejuízos em sua produtividade e no alcance de resultados.
Como calcular o índice de absenteísmo?
Embora o absenteísmo seja um fator que pode ser facilmente percebido pela observação — afinal, você vê que o colaborador não está ali —, é muito importante que o RH mantenha um controle efetivo dos índices e que essa taxa faça parte dos relatórios do departamento.
Para isso, é preciso realizar um cálculo mensal. O primeiro passo é multiplicar o número de colaboradores pelo número de horas que deveriam ser trabalhadas no mês. Por exemplo, se o time tem cinco funcionários e cada um trabalha 8 horas por dia, no total de 20 dias por mês:
- 5x8x20 = 800 horas deveriam ser trabalhadas mensalmente.
Em seguida, é preciso somar os atrasos, saídas antecipadas e dias de falta de cada colaborador, transformando o valor em horas. Assim, se os cinco colaboradores atrasam 20 minutos:
- 5×20 = 100 minutos, ou seja, 1h40′.
Além disso, se três colaboradores tiveram uma falta cada um durante o mês, seriam 8 horas perdidas por funcionário:
- 5×8 = 40 horas perdidas
O próximo passo é somar as horas perdidas em atrasos com as decorrentes de faltas:
- 1h40’+ 40 = 41,40 horas perdidas.
A última etapa é dividir o número de horas perdidas pelo total que deveria ter sido trabalhado e multiplicar por 100, para chegar a um percentual:
- 41,40 / 800 x 100 = 5,17% é a taxa de absenteísmo da empresa no mês calculado.
Como vimos, o cálculo não é complexo e pode ser feito de rapidamente, seguindo esses passos. Por fim, vale frisar que mesmo que os atrasos, faltas ou saídas antecipadas sejam justificados, eles ainda entram na taxa de absenteísmo.
Qual o índice aceitável de absenteísmo?
Não existe um consenso sobre o valor aceitável do índice de absenteísmo. Essa taxa pode variar de acordo com o segmento e o tamanho da empresa. Segundo a ABCQ (Associação Brasileira de Controle de Qualidade), o ideal é que a taxa chegue, no máximo, a 1,5%.
Contudo, a realidade é bem diferente. Estudos divulgados pela Exame mostram que empresas do ramo de serviços têm uma taxa média de 5%, enquanto as do setor varejista variam entre 7% a 10%. Logo, considerando esse cenário, um índice de até 4% ainda é considerado aceitável.
Quais os tipos de absenteísmo?
Podemos dividir o absenteísmo em três principais categorias, conforme as situações:
- absenteísmo justificado: são os casos em que o colaborador informa a empresa sobre o motivo de sua ausência;
- absenteísmo injustificado: aqui, o colaborador não comunica a empresa sobre o porquê da falta ou atraso;
- presenteísmo: é quando o colaborador está presente na empresa, mesmo doente ou com problemas pessoais. Apesar de comparecer, o desempenho do profissional fica muito abaixo do esperado.
O que causa absenteísmo no trabalho?
Existem diversos motivos pelos quais os profissionais podem se ausentar ou se atrasar para o trabalho. Entender essas razões é de extrema importância para que o RH possa investir em políticas preventivas e planejar ações buscando melhorar a satisfação e a produtividade do time. A seguir, listamos os exemplos mais comuns.
Problemas de saúde
Os problemas de saúde são inevitáveis e causam muitas faltas nas organizações. Embora os colaboradores não possam ser penalizados por isso, o RH pode pensar em ações voltadas para melhorar o bem-estar e a saúde dos profissionais, como atender a NR17, a Norma Regulamentadora da Ergonomia.
Questões de saúde mental
Estresse, ansiedade e depressão também são causas frequentes de faltas dentro das organizações, além da popular síndrome de burnout. Esse tipo de problema pode, inclusive, estar relacionado a uma cultura organizacional tóxica, com excesso de cobranças, metas inalcançáveis e prazos curtos.
Falta de motivação
Outro fator que aumenta o índice de absenteísmo é a falta de motivação e engajamento dos colaboradores. Nesse caso, ela pode estar relacionada ao clima organizacional, falta de plano de carreira, pouco investimento em treinamentos e capacitações, entre outros fatores.
Como reduzir o índice de absenteísmo?
Antes de tomar decisões rígidas, como demissões, é importante que o setor de Recursos Humanos busque entender os motivos particulares de cada colaborador para pensar em estratégias que revertam o problema.
Hoje, existem diversas ações de gestão de pessoas que podem ser utilizadas para reduzir os índices de absenteísmo e garantir a produtividade do time. Entre as principais estão:
- reformular política de benefícios: os benefícios são um pilar fundamental de uma grande organização. Ao investir em tendências como os benefícios flexíveis, há a possibilidade de revolucionar a satisfação de seus colaboradores, além da produtividade.
- investimento em ergonomia, saúde e bem-estar: os benefícios corporativos e os programas de saúde e bem-estar podem melhorar a qualidade de vida dos colaboradores, evitando doenças ocupacionais, acidentes de trabalho e outros problemas de saúde;
- melhorias na comunicação interna: uma comunicação transparente e aberta entre empresa e colaboradores é essencial para minimizar ruídos, garantir um bom clima organizacional e manter o time alinhado e motivado;
- valorização dos colaboradores: outro fator fundamental para a motivação e assiduidade dos profissionais são as ações de valorização. Investir em treinamentos, planos de carreira e em uma cultura focada na experiência dos colaboradores é essencial.
Concluindo, o absenteísmo é um indicador muito importante que demonstra a taxa de faltas e atrasos dos colaboradores, o que pode refletir diretamente na produtividade dos times. Entender os motivos por trás dessas ausências é extremamente importante para buscar ações de prevenção e evitar que as faltas acabem evoluindo para casos de turnover.
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